(Sandra Pereira)
Finjo
que vou na direção contrária
Me
seduz o eterno mas só aposto
“no
amor que houver nessa vida”.
Brinco
de ir na direção contrária-
Baile de máscaras para disfarçar a
caça
(o
mundo masculino me diria devassa!)
Destravo o tambor da bala
Mas
apenas brinco de roleta russa:
Amar
assim me exige, me custa
Me
banho no fio da navalha dessa dúvida: nada assumo... sumo
...
mas a ficar só comigo escolho o não-pulo (é claro!) e - curiosa –
Apenas
flerto com o abismo.
A
me encharcar de lágrima (outra vez não!)
Só
molho o dedinho do pé nessa possibilidade.
A
virar todo o pote, relutante provo teu sal e teu açúcar
Assim
te tenho na ponta da língua,
Agridoce
da dúvida de um quase-amor.
Ah!
Mas é tão banal anestesiar os sentimentos,
Viver
se defendendo
que
inda prefiro brasear a ponta dos dedos
a
ficar assistindo passiva a todo esse São João.