(Sandra
Pereira)
Poesia, paixão e razão
Saíram de mãos dadas.
Combinaram naquela noite
Te falar ao coração.
Terna uma,
Outra destemperada,
A terceira em vigília cerrada,
Pareciam três irmãs!
Poesia tomou pra si
Te fazer uma seresta:
Convidou a lua à festa,
Abraçou-se à paixão.
A paixão, cega,
Achou que faria te contagiar em
euforia
E paixão ao quadrado queria (louca que
estava pra te ter!)
... desconsiderou a razão.
A razão, decepcionada,
Não se fez de rogada:
irmã mais velha das três,
aplicou às duas um corretivo: resolveu
se abster.
Voltaram pra casa caladas,
Todas três
Tão mal amadas
E de mal a mais não poder.
Poesia dormiu triste.
Paixão nem dormiu, arrefeceu.
Razão deu-se por vingada:
Nesse amor mando eu!
Até hoje as três mal se falam,
Sozinhas, acordam o galo
E a Virgem às seis.
Brigam de facão,
Insistem em viver separadas,
Andam tristes, desassossegadas,
Mas ainda habitam meu coração, as
três!
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